Olá, amiguinhos!
Hoje apresento uma história inédita com o Clubinho do Guaraná
O FANTÁSTICO MUNDO DA MOVELÂNDIA
Paulinha e Tampinha assistiam TV sentadas no sofá, enquanto comiam pipoca, quando, de repente, uma pipoca caiu no buraco do sofá.
— Ei! E agora, o que vamos fazer?! Como vamos pegar a pipoca?
— Vou olhar aqui dentro.
Mas eis que o imprevisível aconteceu. Quando a menina Tampinha olhou dentro do buraco ela foi sugada por ele. Sua amiga Paulinha ficou assustada e preocupada.
— E agora? Se ela caiu, eu vou também.
E Paulinha enfiou a cabeça no buraco do sofá para ver onde a amiga estava. Nisso, ela escorregou também. Lá dentro do sofá havia um mundo novo com muitos móveis como estantes, cadeiras, mesas e penteadeiras. Paulinha andava admirada, olhando para todos os lados, assustada, também olhava para trás, buscando a amiga Tampinha.
Após ter andado pelos campos floridos e com muitos móveis que tinham vida, ela avistou uma penteadeira, daí foi sentar-se numa cadeira para pentear seus lindos cabelos. Após correr o pente em seus lindos cachos loiros, levou um susto, porque a cadeira começou a correr e dizia:
— Agora não, menina! Vamos correr porque vai cair uma chuva daquelas!
Então Paulinha pensou: “Mas como? Uma chuva dentro do sofá?” Foi então, que Paulinha olhou em sua volta e percebeu que estava em outra dimensão, em outro mundo. O fantástico mundo dos móveis: a Movelândia.
Naquele instante, todos os móveis corriam pelos campos, procurando um abrigo da chuva. Lá longe havia um grande galpão, onde muitos móveis se abrigavam. Então, Paulinha disse:
— Vou pra lá também, senão vou molhar o meu cabelo. Chegando lá, teve uma surpresa. Sabem quem ela encontrou? ... A amiga Tampinha. Ela estava muito ocupada conversando com uma mesa rodeada de cadeirinhas.
— São os meus filhos — disse a mesa toda orgulhosa.
Logo, se aproximou um mesão, destes grandões de reunião de empresas e perguntou?
— Quem são estas meninas?
— São visitantes — respondeu a mesa — Chegaram ainda a pouco. Por acaso caíram no buraco do sofá.
— Como podemos voltar para casa? — Perguntou Tampinha.
O mesão respondeu:
— Procurem o sofá por onde vocês caíram, que poderão voltar.
— Onde você estava? — perguntou a mesa à cadeirinha que acabara de chegar.
— Quando vi a chuva se aproximando, vim correndo, mãe. Eu estava com a Dona Penteadeira no campo.
A chuva estiou e o sol surgiu entre as nuvens. Então, Paulinha e Tampinha andaram de galpão em galpão procurando o sofá com o furo por onde caíram.
Na Movelândia havia muitos galpões para os móveis se abrigarem da chuva, porque móveis e água não combinam.
Durante a caminhada as meninas encontraram uma marcenaria, lugar onde elas sabiam que os móveis eram fabricados. Entrando lá, as meninas descobriram como os móveis nasciam. Elas entenderam que a marcenaria era uma maternidade. Aproximou-se delas uma mesa muito pequena, que entrou numa sala por uma porta e saiu pela outra já crescida, com o tampo maior e as pernas mais compridas. “A mesa cresceu” — concluíram as meninas.
Seguindo sua caminhada, as meninas encontraram um galpão que tinha uma placa escrita: “RETIRO DOS MÓVEIS”.
— Será que o nosso sofá está aqui de tão velho? — Perguntou Paulinha.
— Só pode, pois estava tão acabado.
E as meninas procuraram naquele galpão o velho sofá, e vinha em suas lembranças o tempo em que elas ficavam nele assistindo televisão, jogando cartinhas, tomando suco e comendo bolachas de aveia com mel. Muitas recordações de momentos felizes.
De repente:
— Olha ali o nosso sofá! — Gritou Paulinha.
— Coitadinho. Está todo rasgado — observou Tampinha.
Então o sofá disse:
— Olá, meninas! Que bom que me encontraram. Vocês caíram no meu buraco e aqui estão. Como veem, estou bastante velho e se eu for para o cemitério dos móveis, vocês não poderão atravessar para a dimensão de Lindópolis.
— E onde fica o cemitério dos móveis? — Paulinha perguntou.
— Fica bem longe daqui, no lixão e no ferro-velho. Lá é o nosso fim...”Chuif, chuif!” — choramingou.
— Vamos consertar ele, pobrezinho.
Então, Paulinha pediu ajuda.
— Cadeiras com rodinhas, venham aqui, por favor.
E as cadeiras com rodinhas vieram rapidamente. As meninas convidaram também um grande cavalete para ajudar a colocar o sofá pesado em cima das cadeiras com rodinhas. Com muita pressa, elas empurraram o sofá até chegar no galpão restaurador, que era o hospital dos móveis. Então, as meninas lixaram todas as partes de madeira e passaram verniz com um pincel, caprichosamente. Depois, utilizando um pano umedecido com detergente, esfregaram em todo o couro do sofá para que ele ficasse limpinho e brilhoso.
Agora, só faltava remendar o furo...
— Não, meninas! Não podem remedar o furo agora.
— Mas, porquê não? — perguntaram as meninas.
— Porque se tamparem o furo, não conseguirão atravessar para a dimensão da sua casa.
Epa! Pensaram as meninas: “Melhor deixar para depois”.
Paulinha convidou a penteadeira para chegar mais perto, assim o Senhor sofá, agora todo elegante, pode se ver no espelho.
— Meninas, como vocês são caprichosas! Fiquei novinho em folha!
— Que bom, Senhor sofá! Agora está restaurado.
Quem estava perto não se conteve e bateram palmas para o sofá, as meninas e para as cadeiras com rodinhas também, para não ficarem com ciúmes: IUHUUU!!! VIVA!!! CLAP,CLAP,CLAP!!
— Agora, meninas, importante: para conseguir fazer a passagem para a sua dimensão, precisam preparar o mesmo cenário de quando foram tragadas pelo buraco — disse o sofá.
Já estava tarde, e as meninas estavam desaparecidas de suas casas em Lindópolis. Então elas precisavam voltar logo, porque seus pais deveriam estar preocupados. Assim, Paulinha e Tampinha procuraram um rack com uma televisão, só que não havia energia nem poderia se ver nada — que peninha! Elas sentaram no sofá, olharam para a TV, conversaram, olharam para o buraco do sofá, Paulinha se aproximou dele, olhou bem de pertinho e PLIM! Sumiu. Depois foi a vez de Tampinha... PLOM! O velho sofá também sumiu de Movelândia. Todos os móveis e eletrodomésticos que presenciaram o fenômeno, se emocionaram e bateram palmas e gritaram: IP, IP, URRA! CLAP, CLAP, CLAP!!
As meninas surgiram assim, de repente, no sofá de casa, com a TV ligada passando o desenho “As Aventuras de Guaraná e Pirrixa”.
As meninas pularam do sofá e correram pela casa gritando:
— Mamãe, mamãe! Queremos agulha e linha, por favor!
— Vão costurar as roupas das bonecas?
— Não, mamãe. Vamos costurar o buraco do sofá — respondeu Paulinha.
E Dona Juju, olhando admirada, exclamou:
— Mas que meninas mais prendadas!
FIM