O MISTÉRIO DO DESAPARECIMENTO
DO PRESÉPIO
Paulinha e Tampinha caminhavam pela praça que
ficava em frente de suas casas e observavam as novidades que o período do
Natal trouxera. A praça estava enfeitada com lampadinhas reluzentes que se enrolavam
nos troncos e galhos das árvores. De noite dava um efeito incrível!
Uma imensa árvore de Natal fora montada
no meio da praça, trazendo alegria aos corações das pessoas que por ali
passavam.
Desta vez, o prefeito de Lindópolis, o
Senhor Patonildo, caprichou nas decorações natalinas e encomendou ao escultor Waldemar
Tista um lindo presépio todo feito em madeira da melhor qualidade, que foi
montado ao lado da árvore de Natal. O presépio representava a cena do
nascimento do Menino Jesus. Tem José e Maria, que são seus pais; os três Reis
Magos, que de longe vieram somente para conhecer e presentear o recém-nascido, além
dos animais que estavam próximos, como ovelhas, cavalos e vacas.
As meninas e todas as crianças que por
ali passavam, olhavam, admiradas, o presépio e ficavam imaginando o quanto feliz
fora o momento do nascimento do Menino Jesus.
Depois de passearem e conhecerem as
novidades da praça, elas foram para casa para tomar banho e jantar, pois já era
final da tarde, e as crianças precisavam dormir cedo.
A
noite chegou e a praça estava sem ninguém. Somente as corujas, mariposas e
vaga-lumes passeavam entre os jardins, e os grilos pulavam nos galhos das
árvores.
A lua iluminava a escuridão daquela
noite aparentemente tranquila. Sim, porque entre as sombras da noite, uma
figura caminhava desengonçada, e não parecia ninguém conhecido da vizinhança. O
vulto era de um homem baixinho e assustador que tinha um longo bigode que
reluzia feito ouro no meio da penumbra – que medo! E aproximou-se do
presépio...
O homem, diante do presépio, pegou todas
as esculturas de madeira, enfiou num saco maior do que ele, e saiu correndo
pela praça no meio da neblina naquela madrugada fria.
Pela manhã, logo a população percebeu a
falta das imagens do presépio e chamaram o prefeito da cidade para resolver o
caso.
As crianças da Turma do Guaraná foram
ver o que tinha acontecido e quase não acreditaram quando viram o presépio
vazio. Tampinha e Paulinha chegaram a fazer biquinho de choro. Pobrezinhas!
Todos olhavam perplexos querendo
entender o que tinha acontecido.
–
Roubaram o presépio, foi isso que aconteceu! – exclamou o Guaraná.
– Bela conclusão, amigo – disse o
Pirrixa.
– Vejam o que eu trouxe. Uma lupa! –
disse a Tampinha, que adorava desvendar mistérios, mostrando uma lupa.
– Que legal! Com esta lente de aumento
poderemos investigar e encontrar alguma pista para desvendar este mistério –
disse a Bolacha, a menina cientista.
E as crianças saíram pela praça olhando
através da lupa, na tentativa de encontrar alguma pista.
– Vejam o que encontrei! – exclamou a Tampinha.
– O que foi? – perguntou a Paulinha.
–
Encontrei um pelo comprido e dourado! – respondeu.
– Oh, não! - gritaram as crianças em
coro – É do pirata Bigodinho de Ouro!
Já tendo um suspeito do furto do presépio,
as crianças correram até o rio que cortava a cidade, que levava ao mar de
Lindópolis.
Pirrixa e Guaraná tinham um bote que
usavam para pescar parado às margens do rio. As crianças entraram no bote e a
correnteza os levou até desembocarem no mar. Chegando lá, avistaram um navio
negro que tinha no alto do mastro uma bandeira com uma caveira pintada. Só
poderia ser o navio do velho e assustador pirata Bigodinho de Ouro.
– Vamos lá, pessoal, pegar as esculturas
do presépio e levá-las de volta à praça – gritou o Pirrixa.
E os meninos, corajosamente remaram em
direção ao navio negro.
Ao
ver aquelas crianças se aproximando o pirata disse:
– Que crianças mais intrometidas! Como
ousam se aproximar do meu navio. Vou mandar-lhes um aviso e voltarão para a
praia, já já.
Foi assim, que o velho pirata Bigodinho
de Ouro, preparou o canhão e lançou em direção ao bote das crianças uma bola de
ferro grande e pesada. A intenção do velho pirata era lançar a bola perto do
bote e assustar os meninos para que voltassem para a praia. Porém, aconteceu
que a bola pesada foi mais longe, acertou um coqueiro na praia que envergou e
arremessou-a de volta ao navio do velho pirata. Ao atingir o navio, a bola de
ferro causou um tremendo rombo no casco, que começou a se encher de água,
afundando em seguida.
–
Bem feito! – disse o Guaraná.
–
Vejam! Ele está se afogando! Vamos salvá-lo! – Gritou a Bolacha.
Imediatamente, as crianças remaram até
chegar próximo aos destroços do navio, tiraram o velho pirata da água, e como
eram de madeira, as esculturas das imagens do presépio vieram à tona. Então, os
meninos pularam na água e recolheram-nas.
Já dentro do bote, o velho pirata estava
abatido e cansado, pois se debatera muito e engolira água, quase se afogando.
As crianças perguntaram por que ele furtara as estátuas do presépio e ele,
arrependido, contou a sua história.
–
Aquele navio, onde eu vivia, era muito feliz. Morava eu e meu pai. Era numa
noite de Natal e estávamos terminando de montar o nosso presépio, com todas as imagens.
Meu pai adorava o presépio e todos os anos, ceiávamos em sua volta. Mas naquela
noite foi diferente. Uma grande tempestade aproximou-se e quando dormíamos uma onda
gigante chocou-se contra o navio, carregando tudo o que havia dentro. Meu pai e
o lindo presépio foram embora com as águas. Quase o navio afundou e apenas eu
me salvei. Desde então, vinha pegando os presépios que encontrava e os levava
para o navio.
– Pobre alma, ficou traumatizado – disse
o Guaraná.
As meninas Paulinha e Tampinha não conteram
as lágrimas quando ouviram a história do velho pirata Bigodinho de Ouro.
Quando chegaram à praia, a polícia já
estava esperando o pirata. Ele estava triste, mas quando soube que ia montar um
presépio na cadeia, ficou muito feliz.
As esculturas das imagens da cena do
nascimento de Jesus foram devolvidas, e a população, mais uma vez, pode deslumbrar
a beleza do presépio.
Já era de tardinha, quando todas as lâmpadas
da praça foram acesas e as crianças apreciaram as luzes do Natal.
Feliz Natal pra todos!
FIM
Gostaram do conto de Natal?
Escrevi e desenhei com muito carinho pra vocês.
Desejo que o espírito do Natal preencha todos os coração
e que tenham uma noite de muita paz e amor.
Abraços!
3 comentários:
Olá, Fabiano!
Obrigado por suas palavras que só me incentivam a continuar este trabalho tão difícil, mas tão gratificante quando vejo o resultado.
A Turma do Guaraná está apenas começando. Sei da dificuldade que é emplacar novos personagens neste universo dos quadrinhos com tantos talentos por aí. Porém, não desisto e continuarei desenhando...
Desejo felicidades pra você e seus familiares neste ano que está para se iniciar.
Feliz Ano Novo!
Paulo Alves
Oi Paulo Alves, bonita a História de Natal da Turma do Guaraná. Até eu fiquei com pena do Pirata Bigodinho de Ouro. Sua narrativa é envolvente, e a cena do presépio com a turminha é muito linda também. Que o Espírito do Natal permaneça durante todo o ano novo que se aproxima. Abraços ao amigo, e obrigado pela história.
Olá, Paulo Gibi!
Desculpe-me pela demora em responder, mas é que eu estava viajando, e somente agora pude acessar a net.
O que mais gosto é de escrever e desenhar estes personagens lindos, e grande é minha alegria quando os amigos gostam e comentam sobre as histórias.
Desejo a você, familiares e amigos, um Ano Novo de muita paz e realizações.
Felicidades para nós!
Abraços.
Paulo Alves
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