Hoje, retorno com mais uma incrível aventura com a Turma do Guaraná.
Desta vez, uma história mal assombrada!
O sol brilhava baixo no céu de
Lindópolis, quando Guaraná levantou da cama num pulo só. Estava superanimado
para iniciar o dia, pois estava certo de que viveria grandes aventuras. Pegou
um lanche, frutas e algumas bolachas, colocou na mochila e correu na direção da
casa do Pirrixa, seu amigo inseparável.
Os dois meninos marcaram para ir até uma
caverna que ficava na Floresta Secreta, uma vasta região de mata ainda
intocada. Era uma caverna pouco conhecida e no seu interior havia um lago com
água cristalina, que deixava transparecer os peixes que ali viviam. A intenção
dos meninos, além de andar pelas trilhas selvagens da floresta e tomar banho no
lago, era de pescar alguns peixes deliciosos para o almoço.
Guaraná e Pirrixa já estavam saindo de
casa, quando Paulinha, a irmã de Pirrixa, curiosa como era, perguntou aonde
eles iam com tanta animação.
–
Ora, Paulinha, vamos para um lugar bem distante e perigoso. Você não pode ir
com a gente.
– Tá bem, não quero ir mesmo. Prefiro
ficar aqui, brincando com as minhas amigas – respondeu Paulinha.
E assim, os meninos foram embora em
direção à Floresta Secreta.
Atravessaram a cidade e logo chegaram à
entrada da floresta. Depois, andaram por trilhas estreitas, passaram por uma
ponte sobre o riacho, desceram um barranco, que de tão inclinado, era
necessário segurar nos cipós e raízes das árvores, até, finalmente, chegarem lá
embaixo, onde estava a entrada da caverna perdida na mata. Assim, lá se foram
os meninos. Eles gostam mesmo de viver desafios selvagens como este.
Chegando à entrada da caverna,
atravessaram por uma estreita fenda, que ia dar num grande salão onde tinha uma
pequena abertura no teto, o suficiente para fornecer uma claridade. “Que lugar
lindo, e ao mesmo tempo assustador” – eles pensaram. Nada se ouvia ali, senão o
gotejar das infiltrações que pingavam de vários pontos do teto. Os meninos
estavam maravilhados diante de tanta beleza natural. Era realmente,
impressionante.
– Bem, o lugar é muito bonito, mas não
vamos ficar aqui só olhando – disse o Pirrixa se preparando para dar o primeiro
mergulho.
Então, os meninos nadaram e brincaram no
lago de águas límpidas. Entretanto, nem só de brincadeira vivem as crianças. Era hora de parar e se concentrar para fisgarem alguns peixes deliciosos para o
almoço.
Arrumaram a isca na ponta do anzol e
ficaram quietinhos, em silêncio, de modo a não espantar os peixes ariscos.
Tanto silêncio era naquele salão, que dava até para ouvir as gotas d’água que
despencavam do alto da caverna e caíam no lago...
Então, os meninos se olharam.
–
Você ouviu este barulho, Pirrixa? – Perguntou o Guaraná.
– Não... – Respondeu Pirrixa.
–
Preste atenção, é bem baixinho...
– Ei, é alguém falando... Vem dali –
disse o Guaraná apontando para uma passagem que dava para um outro salão da
caverna, e era bastante escuro.
–
Pirrixa, vamos lá ver quem é.
Assim, os meninos caminharam nas pontas
dos pés pra não fazer nenhum barulho. Quando chegaram na outra sala se
depararam com algo incrível... Era um fantasma!
– Quem são vocês, que ousam invadir a
minha caverna?! – Gritou o fantasma.
Os meninos se arrepiaram da cabeça aos
pés e ficaram sem ação, apavorados. Então, o fantasma disse:
– Agora que descobriram que esta caverna
é mal-assombrada, não os deixarei sair daqui, nunca mais. Ficarão aqui para sempre e me ajudarão a achar o meu tesouro!
– Que tesouro? Quem é você? – perguntou
o Pirrixa.
– Eu sou o fantasma do pirata Bigodinho
de Ouro. Enterrei um baú com dobrões de ouro aqui, há muito tempo atrás, e vocês
cavarão para mim até achá-lo – respondeu o fantasma.
– Senhor fantasma, você me desculpe, mas
preciso voltar pra casa antes que minha mãe perceba que levantei e não arrumei
minha cama – disse o Guaraná.
–
E eu preciso voltar cedo pra estudar pra prova de amanhã – disse o Pirrixa.
E os meninos já iam saindo de fininho, quando
o fantasma lançou um poder de raios sobre a entrada da caverna, fazendo com que pedras
caíssem, fechando a única saída e impedido, também, a entrada de luz
que vinha do outro salão, deixando o ambiente bastante escuro. Então, os meninos
gritaram: “Socorro!”.
Do lado de fora da caverna, Paulinha, Bolacha
e Tampinha, sem os meninos saberem, os seguiram. Elas também queriam conhecer
esta caverna tão linda da qual os meninos sempre comentavam. Curiosas, as
meninas foram, devagarzinho, entrando no salão iluminado onde havia o lago com
água cristalina. “Que lugar lindo e ao mesmo tempo assustador”, elas pensaram.
Foi então, que a admiração das meninas se transformou em pavor!
– Socorro! O fantasma nos prendeu aqui! – Gritaram os meninos do outro salão.
– Os meninos estão presos atrás daquela
parede imensa! – gritou a Bolacha, apontando para o paredão de rocha – precisamos
ajudá-los.
– Mas como, Bolacha? – Perguntou
Tampinha, assustada.
Bem lembrado! As meninas tinham três
medalhões com poderes e com eles poderiam salvar os meninos. Então, Bolacha
tirou os medalhões do bolso, ficou com um e entregou os outros às amigas.
Bolacha ficou com o medalhão flor, que invoca o poder da natureza; Tampinha
ficou com o medalhão estrela, que invoca o poder das estrelas e da luz e
Paulinha ficou com o medalhão coração, que invoca a força do amor e do bem.
Segurando firme o medalhão estrela,
Tampinha o apontou para o paredão de onde vinham os gritos dos meninos. Logo,
saiu um feixe de luz azul que chocou-se com o paredão, explodindo a rocha e
abrindo um buraco. Os meninos, sem entender o que estava acontecendo, passaram correndo pelo buraco, que dava para o salão onde as meninas estavam.
– Meninas! O que estão fazendo aqui? –
Perguntou o Pirrixa.
– Corram! O fantasma quer nos aprisionar! –
Gritou o Guaraná.
O fantasma do pirata Bigodinho de Ouro
ficou furioso quando viu os meninos escapando pela nova passagem, e foi ver
quem o estava desafiando.
Bolacha, quando viu o fantasma, usou o
poder do medalhão flor, lançando sobre o fantasma o poder da natureza. Então,
subitamente, saiu do lago muitos peixes-voadores que partiram para cima do
fantasma, atingindo-o em cheio. O fantasma, assustado, voltou para onde havia saído.
Agora, era a vez de Paulinha aplicar o
poder do seu medalhão. Apontando-o na direção do buraco do paredão, invocou o
poder do bem, que veio na forma de um raio branco, que ao chocar-se contra o
paredão, derrubou muitas pedras que tamparam a saída do fantasma Bigodinho de
Ouro, para sempre. O fantasma ficou com tanto medo das meninas, que nem tentou
fazer mais nada, ficou quietinho lá. Pobre alma!
– Ufa! Finalmente estamos livres daquele
fantasma mau – disse o Pirrixa.
– Eu que não quero ficar nesta caverna
mal-assombrada – disse a Paulinha.
– Mas antes, vamos salvar os
peixes-voadores que estão se debatendo no chão – disse a Bolacha.
– Ah, não! Não vamos embora sem curtir
este lago maravilhoso – gritou a Tampinha.
Então, as crianças pegaram os peixes e
os jogaram na água, pois ainda estavam vivos, depois mergulharam, nadaram e
brincaram no lago. Enquanto isso...
– Ei, Guaraná, o que está fazendo?
Jogue os peixes no lago! – sugeriu a Paulinha ao ver o Guaraná colocando alguns
peixes na sacolinha.
– Esses aqui são da nossa pescaria. Vão
com a gente – respondeu o Guaraná com um sorriso de orelha a orelha.
– Isso mesmo! É o nosso almoço, pessoal!
– Lembrou o Pirrixa.
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