Bolacha, a menina cientista, precisava aprender mais sobre ciências para tirar boas notas na escola. Ela já tinha ouvido falar do Doutor Morte, um renomado cientista que entendia muito de ciências. Então, ela resolveu ir até o casarão para conversar com o doutor, e convidou o Guaraná para acompanhá-la.
Chegando lá, o doutor levou as crianças para conhecerem o laboratório. Era um lugar assustador. Logo na entrada havia um esqueleto. Tinha também uma mesa enorme com muitos tubos de ensaio e outros equipamentos para pesquisa.
Com muita boa vontade, o Doutor Morte foi explicando para Bolacha como preparava algumas vacinas, e respondia as perguntas que ela fazia sobre as matérias do colégio. Bolacha ia anotando tudo, para estudar mais em casa.
Enquanto isso, o Guaraná com o olho arregalado, observava curioso tudo a sua volta e pensava: “Que lugar mais esquisito, este laboratório, este casarão.” E saiu andando, xeretando o casarão do doutor.
Andou por um corredor largo, e no teto viu uma aranha tecendo a teia, enquanto outra enrolava uma baratinha em sua teia pra jantar mais tarde. Guaraná observou também que no final do corredor havia uma porta com um aviso que dizia assim: “Não entre”. Então Guaraná pensou: “É melhor eu voltar para o laboratório, mas se o aviso diz pra eu não entrar, é porque tem um grande segredo guardado aí dentro, e eu preciso descobrir qual é.”
Então, Guaraná entrou na sala escura, porque havia uma cortina de tecido azul marinho cobrindo a janela, e assim a sala permanecia sombria, em meia luz.
Muito curioso, Guaraná resolveu investigar aquela sala sinistra. Foi entrando e caminhando bem devagar, enquanto olhava tudo a sua volta.
Foi então que viu, lá no canto algo assustador: era um caixão. Guaraná não conteve a curiosidade. Andou até o caixão, que estava coberto de teia de aranha e poeira. Aproximou-se e parou, olhando atentamente para aquele caixão, e observou que na tampa havia uma cruz roxa, com uma escrita esquisita, que não se conseguia ler. Decidiu então, abri-lo para ver o que tinha dentro. Quando levantou a tampa levou um susto muito grande, daqueles de ficar pálido e arrepiar os cabelos. Tamanho foi o susto que o menino desmaiou. Ele vira um vampiro deitado no caixão. Após um tempinho Guaraná levantou-se.
Diante de tanto medo, ele resolveu ir embora, mas antes que conseguisse sair, a porta fechou-se. Guaraná olhou para o caixão, e viu que o vampiro levantava. Ele, então, desesperado correu para a janela, mas o vampiro saiu do caixão, correu atrás dele e o agarrou.
Guaraná gritou pedindo socorro, mas ninguém naquela casa o ouvia. O vampiro que despertara de um sono de mil anos, cheio de fome, segurou-o firme e mordeu-lhe o pescoço para sugar o sangue. Foi então que o Guaraná se transformou no “Pequeno Vampiro”, e assustado falou:
- E agora, como poderei sair daqui desse jeito?
- Não sairá, garoto. Viverá nas trevas para sempre. Quer ver como ficou? Se olhe no espelho – disse o velho vampiro sorrindo.
Então o Guaraná se olhou no espelho:
- Mas não estou me vendo! – disse o Guaraná.
- Claro que não garoto! Agora, você é um vampiro, e vampiros não refletem a imagem no espelho. Hua, hua, hua! – o vampiro riu do Guaraná, que estava transformado no Pequeno Vampiro.
- Oh, não! Virei um vampiro! Virei um vampiro! – gritava o Guaraná.
Naquele momento, o Doutor Morte e a Bolacha, que procuravam por ele, entraram na sala e o encontram caído. O doutor se aproximou dele fazendo-o acordar.
- O que aconteceu, menino? - perguntou o doutor.
- Não sei. Só me lembro de ter sido mordido por aquele vampiro que está dormindo dentro do caixão – respondeu o Guaraná.
- Vampiro? – perguntou Bolacha.
E a menina foi lá conferir e levou um baita susto.
Foi então que o doutor explicou que o vampiro era uma obra de arte, feita em cera, pelo seu sobrinho Valter Ror, que o guardou ali naquele velho baú que parecia mais um caixão, esperando o dia da exposição no Museu de Cera de Lindópolis.
FIM
Doutor Morte e seu assistente Valter Ror.
O Guaraná é muito curioso mesmo.
Diz o ditado que a curiosidade matou o gato,
mas ainda bem que desta vez foi só um sonho ruim.
Tenha um bom fim de semana.
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