Olá, amigos leitores!
Hoje apresento uma história inédita com a Turma do Guaraná.
Quatro patifes perigosas estavam
reunidas num canto do quintal da casa de Guaraná, o indiozinho. Tratava-se de
quatro mosquitas: as irmãs Aeds e Aegypti, Chica Cunha e sua prima mais nova
Maria Zica, uma mosquitinha perigosa que transmite o vírus da Zica, uma doença
que está deixando as futuras mães de cabelo em pé. Elas comemoravam os novos
berçários encontrados no quintal e faziam planos para expandí-los por toda a
Lindópolis.
Enquanto isso, nosso amiguinho Guaraná
estava deitado em sua cama, e nada o fazia levantar. Sabendo disso, seus amigos
foram visitá-lo. Pirrixa comentava sobre a prova de matemática que haveria à
tarde, e Guaraná lamentava não poder fazê-la, pois estava passando muito mal
naquela manhã. As meninas ficaram próximas à janela e observaram como o quintal
estava descuidado. Havia latas e garrafas com as bocas para cima no canto do
muro, um pneu velho largado no meio do quintal; na varanda os vasos de plantas
estavam com aqueles pratinhos de recolher água cheios, quase transbordando. Então,
Bolacha concluiu:
— Você deve estar com alguma doença
transmitida por mosquito.
— Seu quintal está cheio de lixo e pode
estar abrigando muitos mosquitos – Paulinha disse.
Os amigos de Guaraná foram até o quintal
e guardaram tudo em seu devido lugar, coberto e protegido da água da chuva. Os
pratinhos das plantas na varanda foram esvaziados da água, e Bolacha colocou um
pouco de cloro dentro de cada um. Enquanto isso, Guaraná ficava da janela
olhando o empenho de cada um de seus amigos cuidando do quintal, com uma
carinha triste e desanimada. Pirrixa subiu até o telhado para checar se a caixa
d’água estava bem tampada. Paulinha e Tampinha andaram por toda a casa,
observando os ralos. Não acharam nenhuma larva de mosquito, mas mesmo assim,
jogaram um pouco de cloro nos ralos. Bolacha descobriu que no quintal havia um
banheiro com água parada dentro do vaso sanitário e, imediatamente, deu
descarga e jogou cloro dentro dele.
Depois de terem arrumado todo o quintal
e checado os possíveis focos de mosquito dentro de casa, as crianças decidiram
caçar os mosquitos malfeitores.
Os mosquitos que estavam em reunião viram
tudo o que as crianças fizeram e comentavam:
— Aqueles moleques destruíram todos os
nossos berçários – reclamou Chica Cunha.
— E agora, onde vamos depositar os
nossos ovinhos? – perguntou Aeds desconcertada.
— O que será de nossas crianças? –
lamentava Maria Zica com lágrimas no cantinho do olho.
— Vamos todos morrer! – desesperou-se
Aegypti.
As crianças andaram pelo quintal em
busca de mosquitos, armados com raquetes elétricas e inseticidas. Procuraram
até encontraram as quatro patifes reunidas, e atacaram.
— Socorro! Estão jogando inseticida na
gente!
— Vamos dar o fora daqui!
As irmãs Aeds e Aegypti caíram e bateram
as botas com o efeito do inseticida, porém, Maria Zica e Chica Cunha
conseguiram voar até o quarto onde Guaraná estava deitado. Pobre alma. Os
mosquitos foram até lá, na tentativa de tomar mais um pouquinho do sangue do
menino, já tão debilitado. Paulinha, que estava ali perto, deu uma raquetada
nos mosquitos. ZUUMP! Maria Zica levou um baita choque e esticou as canelas ali
mesmo.
Chica Cunha escapou da raquete, mas
Guaraná, que precisava fazer alguma coisa que prestasse para salvar sua
participação nessa historinha, muito ágil, bateu palmas e assim acabou com a
carreira dela, que caiu no chão estrebuchando até dar o seu último suspiro.
Dessa forma, a Turma do Guaraná acabou com os mosquitos, e o quintal ficou
limpo e sem focos.
— Se continuarmos assim, vamos ser
contratados pela prefeitura para combater os mosquitos – comentou Tampinha.
Bolacha, a menina cientista, olhou para o
amigo caído na cama, triste, com a cara de quem ia morrer , e disse-lhe:
— Guaraná, ou você está com dengue ou
chicungunya ou zica. Não sei qual é pior... São doenças transmitidas pelo Aeds
Aegypti.
— Cruzes! Devo estar mal mesmo. Nem vou
à escola hoje à tarde para fazer a minha prova de matemática – disse, fazendo
beicinho de choro.
— Não desanime, Guaraná – disse Bolacha
– Já tenho trabalhado em um medicamento contra essas doenças há alguns meses e
posso testá-lo em você, agora.
— É algum comprimidinho, uma pílula, uma
gotinha, quem sabe? – Perguntou ele, com um sorriso sem graça, medindo o
remédio com as pontas dos dedos.
— Não, amiguinho. É esta poderosa e
esplendorosa, super hiper mega curativa vacina, em três doses, uma agora, uma à
tarde e outra à noite – respondeu Bolacha mostrando a injeção.
— Nossa! Olha o tamanhão da agulha!
Parece mais um espeto de churrasco! – Pirrixa gritou, arregalando os olhos e
pulando para trás.
Quando Guaraná viu o tamanho da agulha,
levou um baita susto e pulando da cama gritou:
— Caramba! Que agulha é essa, Bolacha?
Só olhando, eu já fiquei curado!
O
menino correu para a estante e pegou os livros e os cadernos para ir à escola.
A turma ficou surpresa com a atitude
inesperada do Guaraná.
— Espere, Guaraná! Daqui a pouco sua mãe
vai servir o almoço. Não vai esperar?
— Não, Pirrixa, estou sem fome.
— Então, você estava só fingindo! Não
estava doente nada! – gritou Pirrixa.
— Enquanto nós limpávamos todo o quintal
para você!
— Agora vai ter que tomar a vacina!
— Não precisa, pessoal. Já estou curado.
Vou agora mesmo pra escola fazer a minha prova. Tchau!
E assim, Guaraná saiu porta afora numa
correria só, e as crianças foram atrás dele gritando:
— Pega ele!
— Fingido!
— Tasca uma injeção nele, Bolacha!
— Socorro! – Gritava o menino Guaraná.
FIM
Abraços e até a próxima história!
Para falar com o autor, mande email para turmadoguarana@hotmail.com
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