Estou de volta com a Turma do Guaraná em mais uma aventura divertida.
Desta vez, uma historinha para celebrar a primavera, a estação das flores.
Os comilões do jardim
Chegou a primavera, a estação das
flores e, em Lindópolis, é costume as pessoas enfeitarem a frente de suas
casas com todos os tipos de flores colhidas nos jardins e campos da região.
Logo pela manhã, as meninas saíram pelos
jardins de suas casas e coletaram todas as flores que puderam para compor
ramalhetes e guirlandas para enfeitarem suas casas. Eram todos os tipos de
flores: petúnias, margaridas, rosas, jasmins, lírios e muitas outras.
A delicada Paulinha, ao colher as
margaridas amarelas, prestava atenção para não se deparar com uma lagarta ou
louva-a-deus, pois tinha muito medo destes bichos.
A Tampinha foi até o jardim e pegou as
mais lindas rosas, vermelhas, amarelas e brancas, sempre com cuidado que era
para não espetar os dedos nos espinhos dos galhos das roseiras.
A Bolacha, estudiosa da natureza,
separou várias espécies de flores, montando guirlandas de dálias púrpuras e de
hibiscus laranjas. Bolacha encontrou junto com as flores alguns bichinhos muito
interessantes e coloridos, as joaninhas que são pequeninas e possuem uma
carapaça vermelha com bolinhas pretas. Bolacha encontrou uma família inteira de
joaninhas: tinha os avós, os pais e uma dúzia de joaninhas crianças, que
brincavam alegremente de pique-esconde entre as pétalas das rosas.
Então, as meninas arrumaram todos
aqueles ramalhetes e guirlandas de flores em volta das portas e janelas das
casas. Também enfeitaram com cordões de flores que desenhavam os contornos das
varandas e, do alto dos telhados, desciam ramos floridos de bougainvilles.
Os meninos também colheram flores,
formaram guirlandas e colocaram nas portas de casa para enfeitar. E, uma grande
surpresa tiveram quando encontraram no meio dos galhos floridos um bichinho
muito interessante, um camaleão.
O camaleão é um lagarto grande e esperto
que vive nos galhos das árvores se alimentando de insetos. Ele também tem a
capacidade de mudar a cor de sua pele, tornando-a da cor da folhagem onde está.
Dessa forma, o camaleão fica camuflado e os insetos se aproximam dele sem
perceber. Então, o camaleão dá o bote com sua língua pegajosa, prende o inseto,
engolindo-o em seguida. Cruzes!
Os meninos pegaram o camaleão e levaram
para as meninas verem. Guaraná vinha com ele no ombro, mas Pirrixa tirava-o de
lá e o segurava no colo. E assim se aproximaram das meninas que, quando viram
o bicho, levaram um baita susto. Foi uma gritaria só. As meninas os mandaram
embora, com o camaleão e tudo. Que pena! Os meninos pensaram que iriam agradar,
mas foram expulsos do jardim. Guaraná já tinha, inclusive, dado um nome ao bicho, chamando-o de “Janjão”, o camaleão.
Mais tarde, as meninas brincavam com as
flores, dando os últimos retoques na arrumação dos enfeites quando ouviram um
zumbido que ecoava por toda parte. O que poderia ser aquilo? As meninas levaram
um grande susto quando viram uma grande variedade de insetos se aproximando de
seus enfeites floridos. Eram gafanhotos, louva-a-deus, bichos-paus, abelhas e
borboletas. Todos vieram se banquetear nos enfeites floridos. Os gafanhotos eram
os mais vorazes, pois, diferentes das abelhas e borboletas, não se conformavam
em sugar o néctar, mas devoravam por inteiro as flores e folhas dos ramos e
guirlandas.
“Socorro!” – gritaram as meninas.
Guaraná e Pirrixa ouviram seus gritos e correram para ver o que tinha
acontecido e, claro, traziam consigo o grande amigo camaleão.
Quando os meninos chegaram, o camaleão
pulou do ombro de Guaraná, indo parar no ramo de margaridas que enfeitava a
varanda da casa de Paulinha. Lá estava cheio de vorazes louva-a-deus e o
camaleão foi comendo um a um. Lançava a sua língua pegajosa e capturava os
bichinhos comilões de flores. Depois, o camaleão passou para a guirlanda de
rosas amarelas feita por Tampinha e comeu as muitas lagartas que por ali se
deliciavam, comendo as pétalas das lindas rosas juvenis. Ainda faminto, o
camaleão pulou para a varanda da casa da Bolacha e comeu muitos gafanhotos que
devoravam as guirlandas de dálias púrpuras que enfeitavam a porta da casa.
As meninas ficaram muito satisfeitas com
o que o camaleão fizera e agradeceram aos meninos por terem o trazido até ali.
Inclusive fizeram amizade com o camaleão, dizendo que era um bichinho muito
valente, e disseram até que ele era “lindo”.
Paulinha e Tampinha brincavam com o
camaleão fazendo carinho quando, de repente, ele pulou para o jardim das roseiras, onde estava infestado de joaninhas.
– Não! – gritou a Bolacha, correndo
para socorrer suas amigas joaninhas – Não pode comer as joaninhas. Elas são
inocentes! Estão apenas brincando na roseira! Vá comer os gafanhotos.
O camaleão ficou desapontado, olhou para
a Bolacha e deu a língua para ela, em sinal de protesto.
– Faz mal não, Janjão. Vá comer aquelas
lagartas ali, ó! Elas estão acabando com as petúnias – disse Pirrixa para
consolar o bichinho faminto.
– Ei! Isso tudo me deu uma fome! Que tal
irmos lanchar, pessoal – disse o Guaraná passando a mão na barriga.
Então, as mães das crianças preparam um
lanche delicioso e elas sentaram-se para comer.
Assim, passou mais uma tarde linda, em meio às flores coloridas e perfumadas que enfeitavam os jardins e as casas de
Lindópolis.
FIM
2 comentários:
Oi Paulo Alves, que bom ver nova história na Turma do Guaraná. Gostaria de parabenizar o amigo, pelo empenho em proporcionar belas histórias para o publico. Viva a Turma do Guaraná...
Olá, Paullo Gibi.
Que bom ver o amigo aqui.
Preparei esta história com muito carinho para homenagear a nova estação. Muitos argumentos já estão prontos, esperando apenas o momento certo para desenhar.
Obrigado pela visita.
Abraços.
Paulo Alves
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