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terça-feira, 17 de abril de 2012

TURMA DO GUARANÁ E A PLANTAÇÃO DE MANDIOCAS


Olá, querido leitor.
Hoje teremos uma história especial, em homenagem aos índios brasileiros, que tanto já sofreram em busca de um espaço nesta terra, que a eles sempre pertenceu. 
Felicidades a  todos os que lutam pela proteção e bem-estar dos nossos índios..


TURMA DO GUARANÁ
E A PLANTAÇÃO DE MANDIOCAS
parte 1

       Era um dia ensolarado, com poucas nuvens no céu, e nossos amiguinhos foram até o Lago Doce, saborear um gole do delicioso suco de mexerica que escorre lá do alto da pedra.
       Estavam todos satisfeitos, quando de repente apareceu em volta deles vários índios armados com lanças, arco e flecha. Falavam uma língua estranha, que ninguém conseguia entender. Guaraná assustado disse, então:
       - Calma pessoal, tem suco de mexerica para todos!
       Dentre os índios armados, estava um menino, que se virou para seus amigos, pedindo que abaixassem as armas. O menino foi até o Guaraná e o cumprimentou:
       - Menino com capacete, vejo que você é um dos nossos. Venha até a nossa aldeia.
       - Ora, mas isso aqui não é capacete, é o meu cabelo! – Guaraná protestou.
       - Mesmo assim, venha com seus amigos – disse o jovem índio.
      Chegando na aldeia ficaram admirados com o que viram. Havia muitas ocas, homens, mulheres, crianças e bichinhos de estimação. Bolacha, a menina cientista, não sabia que ali em Lindópolis, ainda havia índios vivendo em condições tão naturais. Então o jovem índio Apyaba, conhecedor do idioma das crianças, contou a história da sua tribo.
       - Nós eramos, milhares de índios, com muitas tradições e culturas diferentes, aqui nesta terra imensa, mas desde centenas de anos, nosso povo vem sendo destruído de diversas maneiras: no início pela escravidão, depois pela invasão e posse de nossas terras.
       - E por que invadem suas terras, se nosso país é tão imenso? – perguntou Paulinha.
       - Para a exploração agrícola, extração de minérios ou simplesmente para satisfazer o grande desejo de alguém em ter uma gigantesca propriedade, onde nada se planta e nada se cria. E a cada ano que passa nos sentimos mais encurralados e desprotegidos.
       - E como vieram parar aqui na Floresta Secreta? – perguntou Pirrixa.
       - Nossa tribo veio do Interior, de muito longe, e encontramos aqui um cantinho protegido e com tudo o que precisamos para viver em paz.
       - Quero que vivam aqui pra sempre, pois esta floresta é de vocês também – disse Tampinha, já com os olhos brilhando de lágrimas.
       - Mas, o que está acontecendo, que nos trouxeram até aqui? – perguntou o Guaraná.
       Então Apyaba, disse aos novos amiguinhos:
       - Estamos tendo um grande problema. Toda a mandioca que plantamos, está desaparecendo. Ela é muito importante para a aldeia, porque além de comermos cozida, dela fazemos vários produtos, como a farinha e o polvilho para alimentar o nosso povo.
        - Acho que as mandiocas estão sendo roubadas de noite – disse Bolacha.
       - Então ficaremos acordados nesta noite, que é para ver quem são os ladrões de mandioca! – exclamou Pirrixa, abraçando seu amigo inseparável, o Guaraná.



       Então os índios guardiões da tribo ficaram atentos naquela noite, esperando por alguma surpresa. 
       Já era tarde, quando silenciosamente, surgiu no céu uma máquina voadora. Dela saiu uma garra presa a um cabo de aço. Os sentinelas da aldeia ficaram surpresos quando a garra prendeu os pé de mandioca, arrancando-o do chão. Lá no alto tinha um tesourão que cortava as folhas e os caules, jogando-os fora. Guaraná e Pirrixa já dormiam o décimo sono, quando várias folhas caíram sobre eles, acordando-os.      
       - Acorda, Guaraná! Veja, uma mão mecânica presa num cabo. Não podemos continuar dormindo! - gritou Pirrixa muito assustado, levantando num pulo, feito um gato.

parte 2

       Guaraná e Pirrixa correram, se juntando aos índios, que estavam agarrando o cabo de aço, no momento em que a garra desceu. Sentindo o peso extra, a máquina voadora balançou, e quem estava no comando resolveu fugir. E lá se foi pelo céu, a nave e todos os que seguravam o cabo de aço. A nave atravessou a Floresta Secreta, indo na direção da cidade.
       Já estava perto de pousarem, quando avistaram uma pequena fábrica no alto da colina, e tinha um cartaz que dizia assim: “Néctar dos Deuses”. Pousando suavemente na colina, os índios, Guaraná e Pirrixa descobriram finalmente quem estava por trás do roubo das mandiocas.
       Devido a grande seca do verão, aconteceu que a mandioca estava em falta, e os estoques de farinha na cidade haviam acabado. Preocupado em não poder encontrar a deliciosa farinha, o Doutor Morte resolveu roubar a plantação de mandioca dos índios para manter uma pequena fábrica de farinha no fundo do quintal.
       Os índios ficaram revoltados com o Doutor, e queriam dar um “sacode” nele. As crianças impediram, porque, embora o doutor tivesse agido errado, não era de todo mau. Ele devolveu toda a mandioca roubada e se comprometeu a passar um mês na aldeia, para ajudar no plantio da futura colheita. Desta forma ele aprenderia a cultivar sua própria plantação de mandioca no quintal de casa.
       Então, todos retornaram à aldeia na máquina voadora, e lá passaram a noite.
    Os índios ficaram satisfeitos, porque agora tinham toda a mandioca que precisavam para preparar os alimentos.



       Já era dia, e a Turma do Guaraná, se despediu dos seus amigos índios. Então, Apyaba, o índio valente, trouxe um presente para cada um:  Paulinha ganhou uma maracá – tipo de chocalho com sementes; Tampinha ganhou uma flauta, que é pra ela se juntar com Paulinha e formarem uma banda tocadora de músicas indígenas; Bolacha ganhou um belo cocar de penas que é para usar na escola, no dia 19 de abril, o dia do índio. Guaraná ganhou um pequeno pote de cerâmica com sementes de guaraná, e Pirrixa ganhou uma moringa feita de cabaça, decorada com pinturas, que é pra ele carregar água quando for pra longe.
       Guaraná enfiou a mão no bolso e deu aos indiozinhos um punhado de bolas de gude, e pirrixa deu como lembrança, as figurinhas que trouxe.


       Logo depois as crianças voltaram para casa, e conversavam:
       - Eu acho que o doutor Morte não vai querer sair da aldeia tão cedo, porque lá ele tem farinha à vontade – disse Pirrixa.
       - Mas ele é muito esquisito e cheio de manias. Tão logo ele aprenda a plantar  mandioca, vão mandar ele embora – comentou Bolacha. E todos riram.
       E a Turma do Guaraná seguiu o caminho de casa, passando pelas trilhas da Floresta Secreta até o Lago Doce, e depois caminharam beirando a Pedra da Mexerica, até sair na encantadora cidade de Lindópolis.

FIM

Este é para você pintar. 
Dica: para esta imagem ficar com qualidade para imprimir, primeiro clique nela, e depois que ela abrir, salve.



Amiguinho,  o Dia do Livro Infantil foi comemorado no dia 18 de abril,
mas é bom lembrar que todo dia podemos ler um bom livro, e acompanhar aqui no blog historias  divertidas com a Turma do Guaraná.

Participe do blog, tornando-se membro e deixando seu comentário.
O nosso blog:  http://guaranaeturma.blogspot.com
O e-mail :  turmadoguarana@hotmail.com

Deixo um forte abraço.

2 comentários:

Ana Paula Cruz disse...

Muito interessante relatar os problemas dos índios pelas historinhas!!!
É muito importante que as pessoas tenham essa consciência,
e principalmente, ensinem às crianças outras culturas :))

Paulo Alves disse...

Oi, Ana Paula!
É isso que a Turma do Guaraná quer passar: mensagens educativas, que enriqueçam o universo infantil com bons ensinamentos.
Bjo!

Paulo Alves